O Cliente Também Sabe (por Vera Helena Castanho)

Mais do que um lema, a frase se traduz como um mantra na essência da FDC: ouvir, compreender, acolher e aprender sempre e em todas as perspectivas,.[...]

Recentemente, em uma troca de ideias com o conselheiro de um dos projetos da Fundação Dom Cabral, ouvi informações preciosas que ampliaram ainda mais o meu olhar e admiração por essa instituição inovadora e de excelência, que transforma vidas com seus ensinamentos e estratégias, desenvolvendo o potencial do mundo executivo e de outros núcleos de negócios, como gestores públicos e organizações, por exemplo.

Foi uma conversa admirável e informal e, talvez por isso mesmo, tão reveladora. Soube de detalhes do universo histórico da FDC que me encantaram. Senti que precisava compartilhar com quem acompanha meus artigos semanais no Capa Brasil.

Embora eu me mantenha o máximo possível bem informada sobre o movimento da educação executiva no mercado, confesso que me impactei com o que ouvi diretamente dos bastidores da FDC. Não há como não vibrar ao tomar conhecimento que o jornal londrino Financial Times classifica a FDC entre as 10 melhores escolas do mundo em educação executiva. Também, que na edição de 2025, a FDC aparece como a quarta melhor escola de educação executiva do mundo, na categoria de programas abertos, outro reconhecimento espetacular, que merece ser celebrado.

Chamou-me também a atenção saber que a Fundação recebe, anualmente, quase 30.000 executivos e é consolidada como referência internacional em educação executiva.

A Fundação Dom Cabral foi cofundada por Emerson de Almeida há quase 50 anos, hoje com a Presidência de Antonio Batista. Nasceu no espírito das grandes inovações da época, em um momento em que o Brasil buscava inovar, reconstruir seus valores e projetar um novo lugar no mundo. A era JK. Nessa perspectiva, a FDC já se consolidava como um dos pilares de excelência e vanguarda na educação executiva. Uma criação grandiosa e sempre ousada.

E foi justamente pelo espírito de visão estratégica e inovadora na relação com o aprendizado executivo do Emerson de Almeida, que hoje é o Presidente da Diretoria Estatutária, que a ideia desse artigo me tocou mais fortemente.

Emerson de Almeida, cunhou uma frase aparentemente simples, mas impactante e traz uma mensagem profunda de uma mente visionária:

“O Cliente Também Sabe.”

Mais do que um lema, a frase se traduz como um mantra na essência da FDC: ouvir, compreender, acolher e aprender sempre e em todas as perspectivas, inclusive e principalmente, quem está no mundo real dos negócios. Explicita a forte consideração pelo valor das experiências, perspectivas e desafios de um negócio em parceria, uma via de mão dupla. É um reconhecimento à sabedoria que não se impõe, mas se compartilha.

Ao reconhecer e levar em conta que o cliente, o participante, também tem conhecimento, a FDC transforma a educação executiva em um processo vivo, dinâmico e profundamente humano.

Há, nesse princípio, uma dimensão profundamente humana que transcende o ambiente dos negócios. Reconhecer que “o cliente também sabe” é admitir que todo encontro de negócios é, antes de tudo, um encontro entre subjetividades, entre histórias, repertórios e modos distintos de interpretar o mundo. O verdadeiro negócio nasce do diálogo, não da hierarquia; da escuta genuína, não da imposição de verdades. É nesse espaço simbólico de troca que o negócio se torna uma transformação de sucesso.

Também me ocorre trazer, nesta oportunidade, uma reflexão psicológica.

O cliente também sabe” traz em sua essência o valor do reconhecimento, uma atitude de assertividade humilde e adulta, sustentada pelo sentimento de equidade. Quando alguém é ouvido, legitimado em sua experiência e percebido como portador de saber, cria-se um campo de confiança e pertencimento. A partir daí, o desejo de aprender se expande e a consciência se eleva. Nesse sentido, o lema de Emerson de Almeida não apenas reflete uma visão de negócio e de estratégia, mas revela um profundo entendimento da natureza humana: a de que ninguém detém o conhecimento sozinho e de que todo saber, para ser vivo, precisa circular.

No contexto de um negócio, o cliente deixa de ser mero receptor de ideias, formatos e conceitos para se tornar coautor do processo. Alguém que, com sua vivência, valores, conhecimentos e percepções, além de delinear melhor a ideia do pedido de compra, na sua contribuição como coautor, contribui ativamente para a construção de valor da entrega e para a evolução mútua e positiva da relação. Essa postura inaugura uma ética de equidade, em que o diálogo se sustenta no respeito e na escuta recíproca, reconhecendo que a sabedoria está distribuída e que todo encontro autêntico gera crescimento para ambos os lados.

Todos ganham e o negócio se concretiza com o sucesso de uma parceria que merece aplausos… e um bom café para selar o acordo e o sucesso da entrega.

Avante!


Vera Helena Castanho é Psicoterapeuta em Base Analítica.

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