
Assim como navegar, sonhar também é preciso para que a vida tenha um aspecto mais ameno, belo e a liberdade do sonho, ainda que instantânea, nos poupe um pouco da realidade nua e crua, que, frequentemente, ela nos impõe.
Quem nunca se transportou para outras situações a fim de abstrair – se de um pesadelo ou uma situação que feria os seus sentimentos? Isso não deixa de ser um sonho e, às vezes, essa fuga acontece quando ouvimos certas canções, assistimos a um belo filme; ou mesmo, deixamos o nosso pensamento fluir para algum lugar onde a nossa cabeça possa se renovar diante das delícias imaginadas ou propostas naqueles instantes de pura reflexão.
Muita gente lança mão de um pileque amigo, para encontrar um alento diferente na vida e, inclusive, traçam novos planos a fim de conseguir resultados satisfatórios. Outras pessoas recorrem ao pileque inimigo, que pode proporcionar-lhes problemas quando retornarem à chamada vida real. Alguns fazem absoluta questão de viverem sonhado, ou, como se diz, andarem no mundo da lua. Mas tem gente que não dá muita importância para sonhos, aplicando literalmente, o verso do poeta que fala: viver é melhor que sonhar.
O certo é que, citando outro grande poeta, os sonhos não envelhecem e estão sempre à disposição e em abundância para serem utilizados. Mas a vida não é como a gente quer: entre o sonho e a realidade, existe um anjo mau ou mais ou menos que, constantemente, resiste ao nosso desejo.
José Emílio é Engenheiro Sanitarista e Jornalista