
Viver na atualidade exige ressignificar forças. É necessária coragem para enfrentar os desafios diários.
Ansiedades surgem naturalmente diante de ambientes de trabalho acelerados, onde emoções e velocidade podem gerar confusão mental e fragilizar nosso equilíbrio. Relações humanas, muitas vezes desencontradas, reforçam essa sensação de navegar sem mapa.
Mesmo assim, seguimos. Temos tudo o que precisamos, como recursos, habilidades e experiências. A questão central é como utilizá-los com clareza e segurança. Encontrar pontos de equilíbrio psicológico e manter a lucidez torna-se imperativo.
Autoanálise, discernimento e atenção aos fatos são ferramentas essenciais para escolhas mais conscientes e decisões mais precisas.
Cuidar da saúde mental não significa ausência de sofrimento, mas sim a forma como lidamos com ele.
A inteligência emocional nos ensina que, ao reconhecer nossas emoções e dar nome ao que sentimos, abrimos espaço para transformá-las em consciência e em escolhas mais saudáveis.
Assim como em um avião precisamos colocar primeiro a máscara de oxigênio em nós mesmos, na vida também é assim: só conseguimos apoiar os outros depois que aprendemos a cuidar de nós.
Cada gesto de atenção a si mesmo, respirar, acolher e escutar, constrói o verdadeiro equilíbrio. Isso vale tanto diante das pressões do cotidiano quanto nos impactos silenciosos que recebemos diariamente: excesso de informações, tensão constante, instabilidades, mudanças rápidas e emoções acumuladas. Se não dermos significado a esses estímulos e não soubermos regulá-los, eles se transformam em ansiedade, esgotamento e perda de clareza.
A saúde mental nasce de um conjunto dinâmico de fatores que se entrelaçam e aos quais podemos estar atentos:
1- Biológicos: predisposições genéticas, funcionamento do cérebro, sono e alimentação.
2- Psicológicos: padrões de pensamento, emoções e formas de lidar com conflitos e frustrações.
3- Sociais: vínculos familiares, amizades, apoio da comunidade e pressões culturais.
4- Organizacionais: ambiente de trabalho, liderança, carga de tarefas, clareza de papéis e reconhecimento.
Compreender essa interação é o primeiro passo para agir de forma inteligente e eficaz na vida. Pequenas mudanças em qualquer desses fatores podem ter impacto positivo em todo o sistema.
O cuidado não é apenas reagir a crises, mas criar consciência, desenvolver filtros e fortalecer a resiliência emocional diante dessa avalanche de impactos.
Navegar não é evitar tempestades, mas aprender a enfrentá-las com coragem, consciência e estratégia. É dessa harmonia entre coragem, reflexão e cuidado consigo mesmo que nasce a capacidade de avançar com segurança e propósito pela nossa vida afora e fazê-la bela.
Avante!
Vera Helena Castanho é Psicoterapeuta em Base Analítica.



