A Ponte do Brooklyn, inaugurada em maio de 1883, é mais que um ícone de Nova York — é símbolo de superação humana e feminina. Projetada por John A. Roebling, foi a primeira ponte suspensa por cabos de aço, ligando Manhattan ao então independente Brooklyn.
Antes do início da obra, John morreu em um acidente, e seu filho Washington assumiu o comando. Trabalhando sob o East River, contraiu uma doença que o deixou parcialmente paralisado.
Foi então que Emily Warren Roebling, sua esposa, transformou a tragédia em conquista. Sem formação em engenharia, estudou matemática, física e construção, tornando-se o elo entre Washington e os engenheiros.
Por mais de dez anos, Emily coordenou equipes, revisou cálculos e enfrentou o preconceito de uma época em que mulheres não tinham voz. Ganhou respeito pela competência.
Na inauguração, foi a primeira a cruzar a ponte, levando um galo branco — símbolo de vitória. Um ano depois, para provar a segurança da estrutura, 21 elefantes desfilaram sobre ela.
Em 1951, a American Society of Civil Engineers reconheceu oficialmente Emily como coautora do projeto.
Hoje, milhares atravessam a Ponte do Brooklyn sem saber que, sob seus cabos e arcos, vive uma história de coragem — lembrando que o verdadeiro alicerce do progresso é a determinação de quem ousa atravessar o impossível
Pedro Angelo
Estuda Jornalismo e Inglês na Dalhousie University, Halifax, Canada



