
O Natal tem um efeito curioso, uma nostalgia bate no peito.
Ela mexe com a nossa memória.
Com a infância.
Com as ausências.
Com o tempo que passou rápido demais.
É um período em que o futuro perde um pouco da força.
E o passado volta a ocupar espaço.
Talvez por isso essa seja uma época estranha para falar de tecnologia.
Tudo anda rápido demais durante todo o resto do ano.
Mas agora, por alguns dias, o ritmo muda.
A Inteligência Artificial acelera quase tudo.
Resposta, produção, decisão, comparação.
Ela encurta caminhos. Economiza tempo.
Otimiza processos.
Mas existe um tipo de tempo que não acelera.
O tempo de amadurecer uma ideia.
O tempo de entender uma escolha.
O tempo de aceitar uma perda.
O tempo de mudar de verdade.
Esse tempo não responde a prompts.
Não melhora com versão nova do modelo.
Não, esse tempo também não escala…
Ele só passa…
O Natal não pergunta o que vamos fazer depois.
Ele pergunta o que fizemos até aqui.
E nenhuma tecnologia responde isso por nós.
A gente pode usar ferramentas melhores.
Pode escrever textos mais bonitos.
Pode organizar melhor a agenda.
Pode planejar o próximo ano.
Mas o tempo vivido não volta, nem a infância.
As pessoas não voltam, nem as escolhas.
O que volta, todo fim de ano, é a consciência disso.
E precisamos nos lembrar de algo simples:
Ganhar tempo não é a mesma coisa que viver melhor o tempo que temos.
O resto…
…o resto a gente resolve depois.
Feliz Natal a Todos.
Talvez seja um bom momento para esquecer um pouco a tecnologia.
Ficar com quem está por perto.
Prestar atenção em quem divide o mesmo espaço.
Algumas coisas não voltam.
Nem serão emuladas pela IA.
E talvez seja exatamente por isso que importam tanto.
Daniel Branco
Ser humano, Economista
Empreendedor e Mentor
Especialista em IA Aplicada



