Audrey Munson (1891–1996) foi uma das modelos artísticas mais influentes do início do século 20. Conhecida como “Miss Manhattan”, seu corpo foi imortalizado em dezenas de esculturas públicas, tornando-se um dos rostos mais reproduzidos na arte urbana norte-americana, embora poucos soubessem seu nome.
Se você já visitou Nova York, provavelmente cruzou com ela em Civic Fame, no topo do Municipal Building; na Pulitzer Fountain, ao lado do Plaza Hotel; e no Maine Monument, na Columbus Circle, entre outros. Seu apogeu veio na Exposição Panamá–Pacífico de 1915, em São Francisco, onde serviu de modelo para várias peças. Munson também foi uma das primeiras mulheres a aparecer completamente nua em um filme norte-americano, Inspiration (1915).
Mas havia um contraste doloroso, enquanto sua imagem adornava os monumentos mais icônicos da cidade, ela própria não encontrava estabilidade financeira ou pessoal. Na década de 1920, sua carreira desabou. Em 1931, foi internada em uma instituição psiquiátrica onde permaneceu por mais de seis décadas.
Munson morreu em 1996, aos 104 anos. Seu legado ressurgiu apenas nos anos 2000, quando historiadores e museus começaram a reavaliar sua importância para a escultura norte-americana. Hoje, sua trajetória recebe renovado interesse acadêmico, um testamento tardio de reconhecimento por uma mulher cujo rosto definiu a estética de Nova York, mas o nome foi esquecido pela história.



