
O PIB é a variável determinante nas Eleições no Brasil; as outras variáveis, como marketing, carisma, dentre outras, intervenientes.
“It is the economy, stupid!”, na célebre frase de James Carville, estrategista de Bill Clinton na campanha contra o Presidente George Bush nas Eleições Presidenciais de 1992, referindo-se ao declínio da economia americana como causadora do sucesso de Clinton nas Eleições. E assim foi com Trump contra Kamala Harris, apoiada por Biden em 2024.
E no Brasil não poderia ser diferente.
Após a eleição de Collor em 1989, na primeira eleição direta para Presidente da República ao final do Regime Militar, entre 1989 e 1992 o PIB caiu de US$ 0,4 trilhão para US$ 0,3 trilhão, Collor sofrendo impeachment em 1992 devido à suposta corrupção.
De 1992 a 1994, o PIB aumentou de US$ 0,3 trilhão para US$ 0,5 trilhão, com Itamar Franco fazendo o seu sucessor, Fernando Henrique, então seu Ministro da Fazenda com o Plano Real. O PIB aumentou de US$ 0,5 trilhão em 1994 para US$ 0,9 trilhão em 1998, com a reeleição de Fernando Henrique.
De 1998 a 2002, o PIB caiu de US$ 0,9 trilhões para US$ 0,5 trilhão devido a crises cambiais, Lula sendo eleito em 2002.
De 2002 a 2006, o PIB aumentou de US$ 0,5 trilhão para US$ 1,1 trilhão, com a reeleição de Lula. O PIB chega a US$ 2,2 trilhões em 2010, com a eleição de Dilma Rousseff.
O PIB com Dilma Rousseff vai de US$ 2,2 trilhões em 2010 para US$ 2,6 trilhões em 2012, caindo para US$ 2,5 trilhões em 2014, com Dilma vencendo Aécio Neves em 2014 por pequeno percentual de votos. Dilma sofre impeachment em 2015 devido a erros na política econômica, deixando o PIB em US$ 1,8 trilhões.
Com Temer, o PIB recupera de US$ 1,8 trilhões em 2016 para US$ 1,9 trilhão em 2018.
Devido ao desgaste político do PT, por um lado, e do PSDB, por outro, Bolsonaro é eleito em 2018. O PIB, em US$ 1,9 trilhão em 2018, permanece em US$ 1,9 trilhão em 2022, Bolsonaro perdendo as eleições para Lula em 2022.
Lula pega o Governo com o PIB de US$ 1,9 trilhão em 2022, chegando a US$ 2,1 trilhões em 2023, os mesmos US$ 2,1 trilhões em 2024, com os preços gerais e de itens básicos acima da média da inflação e da reposição de salários. A expectativa do Banco Mundial é que o PIB do Brasil se mantenha, com leve queda, em 2025.
As tarifas de Trump criam um consenso momentâneo entre o centro político e o Governo. Mas passada a crise tarifária, independentemente de seus resultados, melhores ou piores para o Brasil, nada indica que haverá uma reversão da situação econômica do país, nem para este ano de 2025, nem para o ano eleitoral de 2026.
É difícil a situação eleitoral de Lula para 2026.
Ricardo Guedes é Ph.D. pela Universidade de Chicago e CEO da Sensus