Nos tempos de Ford, nos tempos de hoje

“Se eu tivesse um único dólar, investiria em propaganda”. A frase não é minha – é de Henry Ford, lendário precursor [...]

Se eu tivesse um único dólar, investiria em propaganda”. A frase não é minha – é de Henry Ford, lendário precursor da moderna indústria automobilística. Continua atual e continuará sempre. É de Ford outra frase famosa, também lendária na indústria da propaganda: “O cliente pode ter o carro da cor que quiser, contanto que seja preto”. À época, 1918, metade dos carros nos EUA, eram do modelo T, da Ford, que reinava absoluta. A empresa chegou a produzir um terço dos automóveis que circulavam no mundo, até que um dia o mercado reagiu…

Tudo isso, belo “nariz de cera” para dizer que perspectivas vejo para o mercado publicitário para 2025. As duas frases de Ford continuam atuais e válidas, referenciais. Investir em propaganda continua tão necessário e estratégico quanto era nos primeiros anos do século passado. E não há nada mais anacrônico do que pretender impor ao cliente o produto que julgamos mais adequado. É passo certo no caminho da falência.

Só a boa propaganda é capaz de diferenciar produtos vencedores no mar de ofertas que todos os dias chegam às prateleiras dos quatro cantos do mundo, sejam bens e serviços, sejam ideias e ideologias. Só o respeito aos clientes é capaz de seduzir e fascinar, sejam eles consumidores de secos e molhados, sejam eles eleitores e apoiadores em busca de líderes.


Nestes tempos de crise braba, é importante lembrar Henry Ford e suas duas frases lendárias. Aliás, é exatamente em tempos de crise que a propaganda se torna mais importante, estratégica e decisiva. E também é preciso atenção para não sermos vítimas do canto de sereia das chamadas novas mídias, as mídias digitais que são importantes, sim, mas não dispensam o mix e a cumplicidade com as mídias tradicionais, que muitos, equivocadamente, julgam mortas e sepultadas.


Também é preciso entender e compreender que comunicação publicitária não é para curiosos e amadores. É para isso que existem os veículos de comunicação, as agências de propaganda e os profissionais do setor. 2025 está apenas começando. Será longo e vai exigir investimento e respeito ao cliente.



Helinho Faria é Publicitário, CEO da FAZCOM, Presidente do Conselho de Comunicação da ACMinas – Associação Comercial de Minas Gerais, e Autor