Metanol: o crime e o lucro

A falsificação de bebidas alcóolicas com o uso de metanol, principalmente em destilados, é o [...]

A falsificação de bebidas alcóolicas com o uso de metanol, principalmente em destilados, é o produto do crime e da ignorância, visando ao lucro, na falta de normas e fiscalização adequada. Em verdade, a falsificação de bebidas no Brasil já ocorre há décadas, com o mercado estimado em R$ 62 bilhões por ano no país.

O metanol é sem cor e inodoro, sendo mais barato do que o álcool. Seja por sua adição ou pela precariedade do processo na destilação, o metanol, em certas concentrações, mata.

Este é um problema mundial, ocorrendo também no Brasil.

No Brasil, estamos com 181 casos notificados em 15 estados, com o total de 12 mortes até este sábado, 2 já confirmadas por metanol, 10 em processo de confirmação.

O preço da garrafa vazia no mercado ilegal de destilação adulterada é de R$ 1,00 por garrafa. Não existem normas para o descarte de garrafas no Brasil. A Polícia Civil do Estado de São Paulo, dentre outras ocorrências, prendeu uma pessoa, líder de um grupo, responsável pela falsificação de 10.000 garrafas de destilados por mês no país.

Segundo a Wikipedia e outras fontes da dados, são as seguintes as ocorrências e mortes nos seguintes países:

Na Austrália, 5 mortes no total em episódios em 1997 e 2013

Europa: Itália, 23 mortes em 1986; Espanha, Canárias, 51 em 1963; Irlanda, 2 em 2014; Noruega, 9 em 2004; Estônia, 68 em 2001; Rússia, cerca de 190 entre 2005 e 2023; República Tcheca, 38 em 2012; Sérvia, 43 em 1998; Turquia, cerca de 300 entre 2004 e 2025.

No Irã, 8 mortes em 2013.

Ásia: Índia, mais de 2000 mortes entre 1976 e 2024; Filipinas, total de 50 em 2018 e 2019; Malásia, 45 em 2018; Laos, 6 em 2024; Camboja, 49 em 2012.

América Latina: Brasil, 35 mortes na Bahia em 1999, 12 em 2025 em 15 estados até o momento; México, 35 em 2020; Peru, 54 em 2022; Costa Rica, 25 em 2019; El Salvador, 122 em 2000.

África: Marrocos, 30 mortes entre 2022 e 2023; Líbia, 51 em 2013; Nigéria, cerca de 90 em 2015; Uganda, cerca de 80 em 2010; Madagascar, 200 em 1998.

Nos Estados Unidos tiveram alguns casos por consumo indevido da substância, e não por adulteração.

O crime tem que ser combatido e a fiscalização tem que funcionar, através da atualização e aplicação de normas severas no Brasil.