Lula como um dos principais líderes do mundo

Lula pode ser atualmente considerado como um dos líderes mais influentes do mundo. Trump é o mais significativo dos líderes, pela sua [...]

Lula pode ser atualmente considerado como um dos líderes mais influentes do mundo. Trump é o mais significativo dos líderes, pela sua capacidade de decisões, e de disrupturas; Putin, na estratégia da manutenção da Rússia dentro da filosofia retaliatória da “Ameaça Existencial”; Xi Jinping como líder da China, da nação ascendente, que deverá se tornar, em um horizonte próximo, a principal economia do mundo; Macron, como Presidente da França, se destaca como o mais importante moderador e porta voz dos interesses da União Europeia; e Lula, como líder emergente, se destaca na representatividade dos países menos incluídos, como agregador, e como intérprete e possível mediador entre os países em diferentes níveis de conflito.

Embora com difíceis problemas políticos e econômicos internos, o Brasil é hoje a 11ª economia do mundo, com terras, vastos recursos naturais, mineração, matriz energética mais limpa, agrobusiness capaz de alimentar 1 bilhão de pessoas, a Amazônia, recursos hídricos, setor industrial, setor financeiro sofisticado, com setores tecnológicos de ponta como a Embraer. O Brasil hoje detém a segunda maior reserva de terras raras do mundo, estratégicos na produção tecnológica e militar modernas; a China com 37% das reservas; Brasil 18%; Rússia 10%, Índia 7%; seguidos da Ucrânia com 5%, hoje em guerra.

Brasil foi o único país do mundo a se contrapor às medidas econômicas e políticas de Trump, sem rompimento. Depois das sanções de Trump, os empresários, o centro político e a esquerda se uniram, no esforço econômico por novos mercados. Embora alguns setores do país tenham sido prejudicados, as exportações brasileiras cresceram acima das importações após as taxações, com a subida do BOVESPA em 8,9% no período. Tarcísio de Freitas perdeu sua representatividade na área conservadora devido ao seu apoio inicial às taxações; Lula, em postura moderada, retornando como forte candidato à reeleição para Presidente da República. Trump, após ter sido induzido ao erro pela família Bolsonaro, volta à mesa de negociações. Taxas e sanções políticas a autoridades brasileiras deverão ser discutidas, em maior ou menor grau.

Adicionalmente, os Estados Unidos se preocupam com a aproximação do Brasil com relação à China e ao BRICS, sendo o Brasil o único país significativo do Ocidente a participar do hardcore dos BRICS.

A questão da Venezuela estará também na pauta entre os dirigentes. Tudo indica que os Estados Unidos querem o petróleo da Venezuela, a maior reserva de um país com 18% das reservas mundiais. O Brasil, independentemente da legitimidade ou não de Nicolás Maduro, não deseja de forma nenhuma a invasão dos Estados Unidos à Venezuela, o que seria o primeiro episódio de guerra na América do Sul com a intervenção direta dos Estados Unidos. O Governo e os Militares brasileiros se preocupam intensamente com a possibilidade imediata ou a médio e longo prazo, de invasão da Amazônia brasileira.

Em ocorrendo a reunião, independentemente de seus resultados, Lula consagra-se como um dos mais importantes líderes do mundo, com capacidade de interlocução e mediação, dentro do espírito que sempre norteou a Rio Branco e o Itamaraty. Pode ser mesmo que ainda demore um pouco, mas Lula deverá ocupar posição primordial de interlocução e moderação no mundo, como o único país representativo, capaz de conversar com as diversas partes.