
Minha visão especializada sobre o tema é a seguinte:
1. O Itaú demitiu cerca de 1.000 pessoas, ou 1,04% dos seus 96 mil funcionários. Muito? Apesar de triste, em tempos de IA nem me parece tanto.
Motivos? A verdade é que não sabemos detalhe algum. Única certeza é que o Itaú opera com competência no ambiente capitalista. E não demite bons funcionários por hobby ou maldade.
O banco visa muito lucro, porque quem investe em suas ações cobra isso. Fora que seus concorrentes são igualmente ferozes.
2. Outro dia, o novo CEO da gigante global Unilever, Fernando Fernandez, declarou que há “bolsões de mediocridade” nas lideranças do grupo. E que muitas demissões virão.
Note que a empresa tem 160 mil funcionários, está presente em quase todos os países do mundo, com 3,5 bilhões de consumidores, e tem vários milhares de diretores e gerentes.
Numa organização deste tamanho, assim como é o caso do Itaú, é óbvio que ineficiências afloram. E volta e meia os acionistas contratam um CEO bruto, para operar a serra elétrica.
Pois a minha experiência sugere que o meu xará argentino cairá antes de conseguir implementar todos os seus cortes.
3. Já a espetacular Novo Nordisk, da Dinamarca, anunciou 9 mil demissões, ou 11% dos funcionários. Motivo: a concorrência está tomando nacos do seu mercado e a receita vem caindo.
Precisava tamanho banho de sangue? Não, mas o mercado acionário cobra. E eu lamento. Espero que o CEO enrole nos cortes, reencontre o caminho dos lucros e salve empregos.
Conclusão
O capitalismo está em crise. Ninguém está feliz ou seguro (do CEO ao porteiro). E antes de melhorar ainda irá piorar.
Gostemos ou não, muitas mais “mil pessoas” serão demitidas pelos Itaús da vida.
A boa notícia é que várias outras “mil pessoas” também serão contratadas pelo mercado. Em novas funções, com outras competências, habilidades e atitudes.
Isto posto, eu te faço duas perguntas muito inconvenientes:
1. Com tantas turbulências, você está mais para os futuros mil que serão demitidos ou para os futuros mil que serão contratados?
2. E o que você vem fazendo para ser o craque que estará sempre demandado no seu mercado, ao invés de ser dispensável?
Não há motivo para desespero, mas sim de profunda reflexão e urgente ação!
Alguém concorda ou discorda? Ao debate!
Fernando Blanco é Mestre em Sistemas Internacionais Bancários e Estudos Financeiros pela Universidade Herriot-Watt, Professor Visitante da FIA Business School. Mercado Financeiro. Autor