Por trás do pedido da presidente da Comissão de Direitos Humanos do Senado, Damares Alves, de autorização do Governo do Distrito Federal para visitar as instalações da Papuda nos próximos dias, há uma estratégia subliminar: o bolsonarismo tenta, pelos mais diferentes atores, evitar que o ex-presidente, Jair Bolsonaro, seja transferido para o presídio e, uma vez lá, passe por algo semelhante ao ocorrido com Cleriston Pereira da Cunha. Réu por sete crimes no dia 8 de janeiro, ele morreu na Papuda depois de sofrer infarto durante um banho de sol. A Defensoria Pública do DF foi informada de que não havia desfibrilador na unidade e tampouco cilindro de oxigênio, bem como houve demora na chegada do socorro externo.
A vice-governadora, Celina Leão, é pré-candidata à chefia do Executivo do DF no ano que vem, com o atual governador Ibaneis Rocha alimentando planos de concorrer ao Senado. Uma nova tragédia na Papuda pode tirar milhares de votos da direita nos dois políticos.
