
A moçada que acredita numa renovação cultural e política a partir das eleições de 2026 precisa começar a botar as barbas de molho. Está chegando a hora da conversa final dos profissionais em política, a hora dos arranjos regionais, da eleição dos deputados estaduais e federais e, daqui a pouco, dos prefeitos e vereadores.
Vem aí mais do mesmo. Cansa esta conversa sobre o Brasil que queremos, colocando nas costas dos eleitores a responsabilidade sobre o futuro. Antes de chegar aos eleitores, a tal escolha sobre o Brasil que queremos passa pelo filtro dos senhores que efetivamente mandam: as oligarquias e patronatos partidários regionais, municipais e nacionais.
É como se fosse uma economia às avessas: não é a demanda que determina o resultado, é o controle da oferta. A moçada só pode votar nos nomes que lhes são ofertados, aqueles controlados pelas oligarquias partidárias e outras, em geral.
Acho que precisariam parar de botar culpa nos eleitores pelo Brasil que (não) temos. É a oferta, estúpido, que comando o resultado. Não é a demanda! Vale a discussão sobre como abater a moçada que controla a oferta?
Edson de Oliveira Nunes é Ph.D. em Ciências Políticas pela Universidade de Berkeley. Foi Presidente do IBGE, Presidente do Conselho Nacional de Educação, pró-Reitor da Universidade Candido Mendes. Autor