A COP30 não deverá chegar a soluções globais em relação ao meio ambiente, devido aos interesses econômicos imediatos e divergentes de boa parte dos países, mas deverá chegar a um diagnóstico mais abrangente da ecologia do Planeta e de suas perspectivas, além de, mais importante ainda, à formulação e viabilização de programas de curto e médio prazos para soluções específicas e locais. Temos, certamente, que nos preocupar com as grandes questões do planeta, é fato. Mas temos que nos debruçar, também, para medidas de médio alcance. É isto o que é possível, e é isto o que deveria ser feito.
O Fundo de Florestas criado pelo Brasil, por exemplo, que se antecipa e se desenvolve ao longo da COP30 em Belém, é um significativo exemplo disto, já com US$ 5,6 bilhões em recursos financeiros do Brasil, Noruega, França e Indonésia, na perspectiva de recursos adicionais da Alemanha, Holanda, Portugal, dentre outros países, e já com o apoio declarado por parte de 53 países no total, na vertente pragmática do alcançável. Assim como a iniciativa da formação do Mercado Global de Carbono.
Outro programa, também, que vem sendo formatado e desenvolvido como projeto e que seria de grande impacto, é da despoluição das águas no Brasil, que tem tido a mediação pela Fundação Dom Cabral em conjunto com instituições do país e órgãos do Governo, e que, na obtenção de financiamento nacional e internacional, seria da maior valia para o Brasil e para o mundo, como modelo uma vez institucionalizado.
E outros tantos projetos, que possam, mesmo que parcialmente, vir a melhorar a qualidade do meio ambiente e da vida das populações. Sempre dentro do atingível.
Que sejamos pragmáticos, dentro das possibilidades.



