
Quando
Todas as flores
Tiverem caído
Todas
As folhas de todas as árvores
Tiverem caídas
Os Ventos cessarem
De bailar
A
Luz do sol
For encoberta pelas poeiras
Da insensibilidade
Talvez
Aí os seres ditos humanos
Percebam que não sobreviveremos
Sem a natureza
Sem o calor da ternura
Por quê
Tanta arrogância
De matar a vida e
Não perceber que
Cavamos nossas sepulturas
Ao
Desrespeitar nossos irmãos
Deixando milhares excluídos
Ao
Aquecer criminosamente
A temperatura da terra
Ao
Destruir sistematicamente
Nossa irmã natureza
E todos seres vivos
Será
Que ainda temos tempo
De acordar deste pesadelo
Até
Quando assistiremos
Este massacre inerte
Até
Quando assistiremos
Genocídios de povos
Da natureza
De nós próprios
Que
As flores renasçam
Em nós como respeito
À natureza
À nós mesmos
Que
Os ventos da solidariedade
Acordem os corações
Adormecidos anestesiados
Sempre
Haverá amanhã
Para os que não se curvam
À mesmice da insensibilidade
Roberto Carvalho é Autor e Poeta


