
As Eleições de 2026 que estavam para o Tarcísio, viraram para o Lula. Estas foram as consequências das ações de Eduardo Bolsonaro e que levaram Trump ao erro de aplicar tarifas desproporcionais às exportações brasileiras para os Estados Unidos e a aplicar sanções políticas a autoridades do país, recaindo a Lei Magnitsky sobre o Ministro Alexandre de Moraes e sua esposa, unindo o país. Isto também aconteceu no Canadá, após as tarifas de Trump e o desejo expresso de ter o Canadá como o 51º Estado, com o candidato de Trudeau, Mark Carney, então vencendo o candidato de direita Pierre Poilievre, então franco favorito para as eleições.
Tarcísio ia bem, com a imagem de bom administrador e de político conservador, à direita, mas não representante direto do bolsonarismo. Sua ambiguidade em relação às tarifas de Trump, entretanto, gerou arestas com o empresariado paulista, e suas declarações nas manifestações bolsonaristas ocorridas 7 de setembro de ser Alexandre de Moraes um “ditador” o afastaram do eleitorado do centro, o swing voter consciente que oscila de eleição para eleição na busca de maior equilíbrio para o país, e que define as eleições. O bolsonarismo também exacerbou suas ações na proposta da PEC da Blindagem, sepultada pelas massivas manifestações de 21 de setembro.
E a economia vai indo melhor do que se esperava. O país se mobilizou diante das tarifas de Trump, nas ações conjuntas de Lula, Alckmin e o empresariado, levando nossas exportações a aumentar além das importações, com o país seguido o seu curso. O Boletim Focus prevê o crescimento em 2,18% para este ano, e a tendência de deflação do dólar de R$ 6,18 em 31 de dezembro de 2024 para R$ 5,32 neste 29 de setembro, irá gerar o aumento do PIB em dólares correntes, com ganhos reais na economia brasileira.
Adicionalmente, Lula se projeta na ONU, com a abertura de possível diálogo com Trump.
Lula recupera a sua popularidade. O que chegou a 26% de ótimo + bom na avaliação de seu governo, retorna a patamares de 35%. Sabemos que a popularidade para se reeleger é de 50%, 40% para concorrer, abaixo de 40% dificilmente se reelege. Mas esta será a eleição da menor rejeição, ou seja, a opção entre a relativa calma, ou as ações exacerbadas do bolsonarismo estremado sem base popular. Hoje, as pesquisas indicam franco favoritismo de Lula, em 1º e 2º turnos, frente a Tarcísio e a outros possíveis candidatos.
Mas o Brasil é sempre uma caixinha de surpresas. A ver o desenrolar da sequência, ou de novos fatos, que possam, fora das expectativas, mudar os rumos do que possa via a acontecer.
Ricardo Guedes é Ph.D. pela Universidade de Chicago e CEO da Sensus



