
“O homem é o lobo do homem”, ou na frase original de Titus Plautus (254-184 AC) “Lupus est homo homini, nom homo, quom qualis sit non novit”, em sua comédia “Asinaria”. Conhecida como a Comédia dos Burros ou Comédia do Asno, usada pelo matemático, teórico político e filósofo inglês Thomas Hobbes, autor do livro “Leviatã” como metáfora do homem em relação ao lobo, predador feroz, perigoso e agressivo, capaz de infligir a si mesmo e nos demais ao seu redor tais poderes. Ou ainda, em latim a conhecida expressão “homo sum: humani nihil a me alienum puto”. Sou homem e nada do que é humano considero estranho a mim. Em síntese, toda maldade que o homem produz é capaz de nos surpreender, porque somos humanos. Toda beleza que ele também é capaz de construir nos surpreende, porque somos humanos.
Esta introdução é para falar, leitores, da poderosa, permanente e inevitável indústria da morte que avança diariamente, cada vez mais eficiente, tecnológica e ousadas pelos diversos povos do mundo, nas mais variadas formas. Guerras fazem parte do nosso cotidiano a todo momento, nas mais diversas situações onde o homem busca exterminar o seu próximo ou si mesmo. São muitas e diversas as poderosas indústrias da morte, como fábricas de armas bélicas, químicas, laboratórios farmacêuticos, máfias, bandidos, doentes mentais e tantas e tantas maneiras de exterminar os humanos. Houve o tempo da indústria da morte pela psiquiatria e seus manicômios de choques elétricos, lobotomia e experiências cabulosas. Na segunda grande guerra os alemães se notabilizaram, no tempo do nazismo, pelos seus campos de concentração e experimentos mais degradantes na busca da raça perfeita. Armas químicas usadas no Vietnã até hoje envergonham os americanos.
Na verdade, faz parte da história dos humanos a busca evolutiva de suas armas, no começo para caçar alimentos, instrumentos de pedra, arco e flexa, espadas e necessidade de armamentos mais eficazes para conquistar territórios, defender cidadelas, matar inimigos, canhões, fuzis, revolveres e assim o processo nunca parou. Transformou-se numa das mais poderosas industrias que o homem desenvolveu e construiu. Não há como nos surpreender com as mais de trinta guerras, neste momento, em todo mundo. Rússia, Ucrânia, Israel, Palestinos, Sírios, Afegãos, Iraque, Etiópia, Iêmen, Mianmar, Congo, Haiti, máfias, milicianos contra traficantes do Rio de Janeiro, bandidos baianos contra a polícia e assim por diante.
Para guerrear é necessário armas, os inimigos se atualizam a cada dia, compram nos mercados livres, clandestinos, legais ou onde encontrar mais e melhores armamentos. É inevitável que continuaremos a ser nossos próprios lobos, sofisticados predadores, ferozes e agressivos, até que um dia, se ele chegar, a humanidade terá paz e harmonia. Você, leitor, acredita?
Nestor de Oliveira é Jornalista e Escritor

