A prisão de Bolsonaro poderá ter dois possíveis efeitos políticos.
Primeiro, o recrudescimento do ódio entre as partes, com a maior radicalização das eleições de 2026; com o eleitorado ficando preso entre as candidaturas da direita e da esquerda, com o receio da eleição daquele que não quer, no voto da menor rejeição.
Segundo, se a radicalização entre os grupos políticos chegar a patamares exagerados, pode acontecer de o centro político eleitoral (não estamos falando do “Centrão” no Congresso Nacioanl) tenda a se descolar dos extremos, com um voto ao meio, imprevisível neste momento, com um candidato que possa surgir como “3ª via” dentro do processo eleitoral. Seria o voto caracterizado por uma possível “esperança”.
Existe uma grande parte do eleitorado que está cansada da polarização, que não tem resolvido os problemas do país, com o PIB estancado em US$ 2,2 trilhões desde 2010. Adicionalmente, boa parcela do centro-direita rejeita o recente comportamento da direita radical, que apoiou as então tarifas de Trump, gerando insegurança econômica para o país. A base bolsonarista não forma hoje consenso em relação ao futuro candidato, processo que será conflitivo. Tarcísio de Freitas hoje apresenta certo índice de rejeição junto ao empresariado, e relação pouco consensual com a família Bolsonaro.
Em surgindo candidato alternativo convidativo, o centro político eleitoral pode vir a se mover para nova alternativa para o país.
Temos que aguardar o desenvolvimento dos próximos meses, com as articulações que serão feitas pela classe política, seus erros, seus acertos, e a reação do eleitorado.



