A liberdade está ameaçada nos Estados Unidos. A maior democracia do mundo, paradigma para todos, com mais de 200 anos de existência, sucumbe diante Trump. Trump está hoje com 36% de aprovação no eleitorado americano, segundo a pesquisa Gallup, indicador impeditivo para a sua reeleição, caso haja mudanças nas regras eleitorais, ou na eleição de seu indicado para a sucessão presidencial em 2028. Mas as dificuldades de Trump sair do poder, mesmo que perca as eleições, serão significativas, já tendo tentado um estado de exceção em 6 de janeiro de 2020, ao término de seu mandato.
A Primeira Amandment, de 1791, em seu preâmbulo, inicia com a sua histórica assertiva de que “Nós, o povo dos Estados Unidos, a fim de formar uma União mais perfeita, estabelecer a justiça, assegurar a Tranquilidade interna, prover a defesa comum, promover o Bem-Estar geral e assegurar as Bênçãos da Liberdade para nós mesmos e nossa Posteridade, ordenamos e estabelecemos esta Constituição para os Estados Unidos da América”. Na sequência, nas leis que devem imperar sobre o país, “O Congresso não fará nenhuma lei que estabeleça uma religião, ou que proíba o seu livre exercício; ou que restrinja a liberdade de expressão ou de imprensa; ou o direito do povo de se reunir pacificamente e de fazer petições ao Governo para reparação de queixas”. A Liberdade se instala.
A Constituição dos Estados Unidos, com suas 27 Amandments, é consuetudinária, baseada em princípios estabelecidos, pressupondo-se o comportamento da população, diferentemente da Constituição do Brasil de 1988, que é descritiva nos detalhes de suas leis. No caso americano, cabe aos Juízes a interpretação da Lei, com o Supremo como guardião da Constituição e última instância de apelação.
O Supremo, entretanto, constituído por 9 Juízes, tem hoje 6 de seus Juízes indicados por Presidentes Republicanos, sendo 3 indicados por Trump, sujeitos a pressões políticas.
Trump bypass as Leis, nas brechas do consuetudinário, sem levar em consideração a tradição democrática do país. Pelo contrário, vai de encontro direto contra às liberdades em Lei, que fizeram a grande nação.
O filme The Apprentice, nominado para o Oscar de 2025, mostra as estratégias de Trump de by-pass às Leis, formuladas conjuntamente com seu advogado Roy Cohn, com os seus três princípios de “sempre atacar”, “nunca admitir o erro, sempre negar tudo”, e “sempre comemorar como vitória a qualquer derrota”.
Trump move ações jurídicas e coage as Universidades financeiramente em sua liberdade de expressão; ameaça as TVs e a Imprensa em cassar as suas concessões no caso de discordâncias em relação às políticas do Governo atual; decreta, após o assassinato do extremista de direita Charlie Kirk, a ANTIFA – Associação Antifascista dos Estados Unidos, como organização terrorista, com todas as suas possíveis consequências, pela suposta difusão de ideias que poderiam estimular ações contra a direita.
Declina a democracia na América.