Em 1963, o endocrinologista americano Dr. Arnold Kadish desenvolveu o primeiro protótipo de uma bomba de insulina portátil. Era tudo, menos pequena: o aparelho precisava ser carregado nas costas, como uma mochila pesada, cheia de tubos, válvulas e medidores. Ainda assim, marcava o início de uma ideia revolucionária, entregar insulina de forma contínua, imitando o trabalho do pâncreas.
Até então, pessoas com diabetes dependiam de injeções diárias, muitas vezes imprecisas e sem monitoramento constante. A invenção de Kadish abriu caminho para algo antes impensável: ajustar a insulina em tempo real, reduzindo oscilações perigosas de glicose no sangue.
Nos anos 1970, os aparelhos foram ficando menores e mais estáveis. Foi quando o inventor Dean Kamen criou a AutoSyringe, uma das primeiras bombas realmente portáteis, do tamanho de um rádio pequeno. Era a primeira vez que pacientes podiam andar, trabalhar e viver com mais liberdade.
A partir dos anos 1980, as bombas passaram a ser produzidas comercialmente. O design evoluiu, os controles ficaram mais precisos e a terapia de infusão contínua começou a ser reconhecida como uma ferramenta poderosa para o controle glicêmico.
Hoje, as bombas avançaram para um nível que, décadas atrás, pareceria ficção científica. Os modelos modernos podem: Se conectar a sensores de glicose, Ajustar a insulina automaticamente conforme as leituras, Conversar com apps no celular, Monitorar tudo em tempo real.
Entre as inovações, estão as bombas sem fio, um pequeno dispositivo adesivo que libera insulina sem tubos e pode ser controlado pelo smartphone.
É uma trajetória de evolução tecnológica no tratamento do diabetes, com soluções cada vez mais automatizadas e integradas.
E os próximos passos apontam para sistemas ainda mais independentes. Aguardemos.
Pedro Angelo
Estuda Jornalismo e Inglês na Dalhousie University, Halifax, Canada



