A farra do futebol em 2026 (por Erasmo Angelo)

Faltam só dois meses para o início das competições do calendário (11 de janeiro) e não se ouviram relatos de que algum clube esteja planejando algo, [...]

A partir do próximo ano – e ele está chegando – o futebol reserva para o torcedor brasileiro atrações que começam em 11 de janeiro e só acabam na segunda semana de dezembro. Sem parar. Uma fartura como nunca se viu na história do nosso futebol.

Há competições ininterruptas para todos os paladares futebolísticos, seja para quem vai aos estádios ou assiste através das tevês.

As redes de televisão, nos sistemas aberto e fechado, vão abarrotar os telespectadores com um montão de jogos, em todos os níveis e em atrativo conjunto de opções.

Vamos ter: Brasileirão (Série A),  Copa do Brasil, Copa Libertadores, Brasileiro das séries A, B, C e D, Supercopa do Brasil, campeonatos estaduais, Copa Sul-Americana, Copa Nordeste, Copa Verde (times do Centro-Oeste mais Espírito Santo), Copa Sul-Sudeste (MG, SP, RJ, PR, SC e RS).

Tudo isto e ainda a maior atração global do futebol: A Copa do Mundo de seleções a ser disputada entre 11 de junho e 19 de julho nos Estados Unidos, México e Canadá.

Pois bem. Embora anunciado em 30 de setembro último, com razoável antecedência – levando-se em consideração os padrões nada positivos de organização do futebol brasileiro, o novo e elogiado calendário da CBF não parece estar sendo tratado (pelos clubes) com a responsabilidade  profissional que ele merece.

Faltam só dois meses para o início das competições do calendário (11 de janeiro) e não se ouviram relatos de que algum clube esteja planejando algo para o longo calendário que virá.

O Campeonato Brasileiro mereceu críticas constantes dos clubes sobre o  seu curto período de duração, sempre começando em abril e em disputa simultânea e apertada com Copa Libertadores, Copa do Brasil e Copa Sul-Americana. Um sacrifício enorme para os atletas. Com o novo calendário já não há o que reclamar pois o Brasileiro 2026 terá início em 28 de janeiro próximo. O deste ano acaba em sete de dezembro.

O tempo foi passando e ninguém se mexeu. Agora, começa é escassear data para os dirigentes de clubes (principalmente dos grandes) planejarem, mesmo que em forma de estudos, o que será implantado em seus times no início de janeiro. E não é pouco.

Continuam mal-acostumados. A prática comum entre eles, em muitos anos, era a de deixarem para janeiro, fevereiro e marco a barulhenta movimentação para aquisição de reforços, trocas de técnicos, dispensa de jogadores, renovação de contratos etc.

Pior é que continuam não levando em conta que o calendário que eles tanto exigiam virou realidade e que, em função deste calendário, restam poucos dias para o início da espetacular farra do futebol de 2026, para a qual não parecem bem preparados.

Não é difícil constatar que o profissionalismo de nossos clubes segue conduzido com boa dose de amadorismo.





Erasmo Angelo é Jornalista, formado em História e Geografia pela PUC/MG. Foi Redator e Colunista do Jornal Estado de Minas dos Diários Associados, e do Jornal dos Sports/Edição MG, cobrindo o futebol e esportes no Brasil e no Exterior, em Campeonatos Mundiais de Futebol e em Olimpíadas. Atuou destacadamente na TV e na Rádio, na TV Itacolomi, TV Alterosa, Rádio Itatiaia, Rádio Guarani e Rádio Mineira. Foi Presidente da ADEMG – Administração de Estádios do Estado de Minas Gerais, na administração do Mineirão e do Mineirinho. Foi Editor da Revista do Cruzeiro. Autor



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