Três Calendários, Três Formas de Recomeçar

Enquanto o Ocidente celebra o Ano-Novo em 1º de janeiro, bilhões de pessoas iniciam o ano em datas diferentes, resultado da combinação entre [...]

Enquanto o Ocidente celebra o Ano-Novo em 1º de janeiro, bilhões de pessoas iniciam o ano em datas diferentes, resultado da combinação entre astronomia, matemática e fé em tradições milenares.

O Ano Novo Chinês, com mais de 3.500 anos, segue um calendário lunissolar e começa na segunda Lua Nova após o solstício de inverno, variando entre 21 de janeiro e 20 de fevereiro. Essa data marca simbolicamente o fim do inverno e o início da renovação da natureza, sendo associada à prosperidade, às colheitas e ao equilíbrio cósmico. Cada ano corresponde a um dos 12 animais do zodíaco chinês, em um ciclo contínuo de organização do tempo.

O Ano Novo Judaico, chamado Rosh Hashaná, ocorre no 1º dia de Tishrei (entre setembro e outubro), também em um calendário lunissolar. Diferente de outras celebrações, ele inaugura os Dez Dias de Arrependimento, que culminam no Yom Kippur. É um período de reflexão profunda e transformação interior, marcado menos por festa e mais por introspecção espiritual.

Já o Ano Novo Islâmico, baseado no calendário Hijri, é exclusivamente lunar. O ano começa no 1º de Muharram e retrocede cerca de 11 dias a cada ano em relação ao calendário solar, percorrendo todas as estações ao longo de 33 anos. Seu marco não é astronômico, mas histórico: a Hégira (622 d.C.), a migração do profeta Maomé de Meca para Medina, símbolo de recomeço comunitário e espiritual.

Esses três calendários mostram maneiras distintas de organizar e interpretar o tempo: pela trajetória do Sol, pelo equilíbrio entre Sol e Lua, ou pela observação exclusiva da Lua. Ainda assim, todos convergem para a mesma ideia fundamental: definir um momento e dizer que algo novo começa ali.

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