Os Estados Unidos vão saindo de seu eixo do mercado, do consenso, e da democracia, o que fez a grande nação.
A vitória de Zohran Mamdani pode vir a representar um ponto de cisão na estrutura política americana. Mamdani, com o lema “uma cidade para todos nós, não somente para os milionários”, é muçulmano, originalmente nascido em Uganda, e o Prefeito mais novo a ser eleito na história de Nova Iorque. Visto como “socialista” por grande parte dos americanos, Mamdani promete a taxação dos mais ricos, o congelamento dos alugueis, transporte urbano gratuito, e rede de supermercados da Prefeitura com preços mais baixos para o consumidor. A Prefeitura de Nova Iorque é considerada, por muitos analistas, como a mais difícil das eleições, após a eleição para a Presidência da República dos Estados Unidos.
Por outro lado, Trump, com sua política econômica protecionista, sem resultados econômicos satisfatórios para a população americana, até o momento; com a geração de inflação; e com política não conciliatória para o país, por exemplo, enviando tropas da Guarda Nacional a Los Angeles, Chicago, Washington e Memphis, de administração Democrata, experimenta queda em sua popularidade, hoje em 37%, a pior de todas as épocas para um Presidente da República. Nos últimos 12 meses, a inflação foi de 3%, acima do crescimento de 2,1% para o período, com 4,1% de aumento nos preços da gasolina; 14,7% na carne; 19% no café; 3,5% na habitação. E hoje a taxa de investimento na economia dos Estados Unidos está em 22% do PIB, para média mundial de 27%, China 41%, Índia 33%, os Estados Unidos tendendo a perder a competição mundial.
Cerca de 800 mil pessoas chegaram a declarar em uma pesquisa que se mudariam de Nova Iorque no caso de eleição de Mamdani. Não que isto vá acontecer, mas o indicador mostra a delicadeza do momento.
Radicalização gera radicalização, e os Estados Unidos vão aumentando a sua polarização, podendo chegar, à frente, a um ponto de inflexão, com soluções mais violentas, embora, a curto e médio prazo, ainda não disruptivas.
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