Philo Farnsworth teve uma grande ideia aos 14 anos, enquanto plantava batatas na fazenda. Observando as linhas repetitivas na terra, imaginou algo revolucionário: seria possível “escanear” imagens em linhas eletrônicas e transmiti-las à distância?
Sete anos depois, aos 20 anos, Farnsworth transformou sua ideia em realidade. No dia 7 de setembro de 1927, sua televisão transmitiu a primeira imagem para um receptor em outra sala do seu escritório, uma linha simples, mas que mudou para sempre a forma como o mundo veria e contaria histórias.
O sucesso trouxe desafios. A poderosa RCA tentou assumir a invenção, oferecendo inicialmente 100 mil dólares para comprar suas patentes, mas Farnsworth recusou. A empresa alegou que seu engenheiro havia desenvolvido a tecnologia primeiro e iniciou uma ação de interferência de patentes. Farnsworth provou ser o verdadeiro criador apresentando esboços da adolescência guardados por seu professor e testemunhos de quem acompanhou seu trabalho. Em 1935, o Escritório de Patentes reconheceu sua prioridade, obrigando a RCA a licenciar suas patentes, o que lhe rendeu cerca de 1 milhão de dólares em royalties.
Vale lembrar que quando dizemos que Farnsworth “inventou a televisão”, falamos da primeira totalmente eletrônica. Antes dele, existiam versões mecânicas ou híbridas, mas nenhuma funcionava apenas com eletrônica, justamente a inovação que tornou sua invenção a base da TV moderna.
Mesmo sem diploma universitário e enfrentando dificuldades financeiras, Farnsworth foi autodidata em eletrônica e engenharia, aprendendo na prática e tornando realidade uma ideia que começou na imaginação de um garoto. Esta história mostra como curiosidade, criatividade e persistência podem transformar o mundo.
Pedro Angelo
Estuda Jornalismo e Inglês na Dalhousie University, Halifax, Canada

