Você não precisa programar a IA. Precisa saber para que e quando usá-la (por Daniel Branco)

O profissional mais valioso não é o que decora comandos, mas o que entende propósito.. [...]


Quando o Excel surgiu, o mundo se dividiu em três grupos:

1- O primeiro, o dos programadores que dominavam o Visual Basic.

2- O segundo, o dos usuários avançados que sabiam criar fórmulas, gráficos e atalhos.

3- E o terceiro, o das pessoas que sabiam para que usar o Excel.

Esses últimos não programavam nada. Mas sabiam se era possível com aquele programa. Entendiam o problema antes da planilha. Entendiam a ferramenta como meio, não como fim.

Com a inteligência artificial, a história se repete.


Há quem entenda os algoritmos, há quem domine os prompts e há quem sabe o que quer fazer com eles. É essa terceira camada que realmente transforma o mundo e as organizações.

Hoje, muita gente está obcecada com a técnica: o prompt perfeito, a ferramenta mais nova, o modelo mais rápido. Mas isso não garante resultado. Isso é hype.


Tem até gente querendo usar IA quando o antigo Excel resolve melhor.

De nada adianta conversar com a IA se você não sabe o que está perguntando, ou o que fará com a resposta.

O gargalo raramente é a tecnologia

Está nas perguntas ruins, nos dados incompletos, no contexto mal definido. É como gerar um gráfico sem corrigir a planilha pela inflação: o erro não é do Excel, é do usuário.

O profissional mais valioso não é o que decora comandos, mas o que entende propósito.


A IA precisa de direção, não de deslumbramento. É ferramenta, não oráculo.

Assim como ninguém precisou aprender Visual Basic para dominar o Excel, você não precisa entender código para usar IA. Precisa entender gente, negócios e contexto.

A IA não exige que você programe a ferramenta. Exige que você reprograme o pensamento.



Daniel Branco
Economista pela UNICAMP, especializado em Marketing pela UFPR
Escreve sobre Inovação, Empreendedorismo e Impacto Social

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