As flores e o amanhã (por Roberto Carvalho)

Quando Todas as flores Tiverem caído [...]

Quando
Todas as flores
Tiverem caído

Todas
As folhas de todas as árvores
Tiverem caídas

Os Ventos cessarem
De bailar

A
Luz do sol
For encoberta pelas poeiras
Da insensibilidade

Talvez
Aí os seres ditos humanos
Percebam que não sobreviveremos
Sem a natureza
Sem o calor da ternura

Por quê
Tanta arrogância
De matar a vida e
Não perceber que
Cavamos nossas sepulturas

Ao
Desrespeitar nossos irmãos
Deixando milhares excluídos

Ao
Aquecer criminosamente
A temperatura da terra

Ao
Destruir sistematicamente
Nossa irmã natureza
E todos seres vivos

Será
Que ainda temos tempo
De acordar deste pesadelo

Até
Quando assistiremos
Este massacre inerte

Até
Quando assistiremos
Genocídios de povos
Da natureza
De nós próprios

Que
As flores renasçam
Em nós como respeito
À natureza
À nós mesmos

Que
Os ventos da solidariedade
Acordem os corações
Adormecidos anestesiados

Sempre
Haverá amanhã
Para os que não se curvam
À mesmice da insensibilidade


Roberto Carvalho é Autor e Poeta