
Eu tenho muitos amigos atuando nestas importantes áreas do tecido organizacional moderno.
E esta é uma área de atuação que posso afirmar: Eu sou do ramo.
Parte porque estudei o assunto, mas principalmente pela minha rica trajetória nele.
Rica? Sim, riquíssima. Em crises. E atenção: a gente só fica craque em governança, compliance e riscos (incluindo risco de crédito), quando a vida resolve te tratar mal, no limite da exaustão.
Sofrer com todos os tipos de crises, possíveis e imagináveis, é condição essencial para quem quer se criar neste ambiente.
Tá, e daí?
Daí que neste artigo eu escrevo para os meus parças mais jovens, e sugiro que mudem suas abordagens nos textos.
Quando eu leio os posts-aulas que eles dão, diariamente, a impressão que tenho é que são MEMBROS DO CONSELHO CONSULTIVO DE NOSSO LAR e estão nos transcrevendo a ata da última reunião.
Alguém já leu o livro ou assistiu os dois filmes? Eu já. Pois não parece?
Parem com isso! Vocês são muito melhores do que estes textos.
Esta coisa límpida e cristalina não guarda conexão com a realidade dos Conselhos Consultivos e de Administração, ou dos Comitês de Riscos.
Estes ambientes são profanos, não são santificados. E empresa brasileira não é filial terrestre de NOSSO LAR!
Eu sei que muitos de vocês fizeram esses cursos, que ensinam a ser conselheiros. E mesmo ensino em um deles.
Neles tudo é arrumadinho, previsível, com técnicas e soluções perfeitas.
Mas quem teve aula comigo sabe que eu falo a real e a real é sórdida e tinhosa.
Vamos lá, galera experiente: chega de usar IA para fazer texto bonito, com um monte de itens e emojis.
O que o povo quer saber – e a gente precisa ensinar – é sobre os rolos que já vimos e vivemos.
Como apanhamos e como batemos. E se saímos esfolados, melhor ainda. Quando e como perdemos a briga precisa ser contado também.
Não precisa contar os nomes dos demônios, mas precisa explicar direitinho os pecados praticados e conhecidos.
Só assim as pessoas aprenderão a sobreviver num conselho de verdade.
E só assim os teus futuros clientes saberão que você é craque do negócio, e não mais um repassador de cartilha do IBGC.
Putz … Será que bati forte demais? Bom, foi com a melhor das intenções, tá?
Vamos trocar ideias sobre isso, please!
* IMAGEM DO ARTIGO: Sede da “firma” NOSSO LAR onde muitos parecem ter sido conselheiros.
Fernando Blanco é Mestre em Sistemas Internacionais Bancários e Estudos Financeiros pela Universidade Herriot-Watt, Professor Visitante da FIA Business School. Mercado Financeiro. Autor